Equipe de pesquisadores coordenados pelo arqueólogo Saul Eduardo S. Milder, que é santo dos últimos dias (mórmon), dizem ter encontrado artefatos que colocam em xeque teoria de ocupação do território da América Latina e podem mudar a história.
Irmão Saul Milder à direita. |
Arqueólogos da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), na Região Central do Rio Grande do Sul, dizem ter feito uma descoberta que pode mudar a história do povoamento da América Latina. Eles encontraram ferramentas e outros artefatos em Quaraí, no oeste do estado, que comprovam a existência de povos na região no período glacial.
As escavações nas ruínas de Santa Clara começaram em junho de 2010 e se encerraram em fevereiro deste ano. Durante esse período, foram encontrados mais de 180 peças usadas por uma civilização que existiu há 15 mil anos. Na sexta-feira (29), os pesquisadores concederam entrevista para falar sobre a descoberta.
“Nós percebemos que a camada onde o material foi encontrado não estava perturbada. Os artefatos são claramente lascados pelo homem, e conseguimos datar esse material com método científico”, disse o coordenador da pesquisa, Saul Milder.
No entendimento de Milder, o objeto deve aumentar a discussão em torno da teoria do Estreito de Bering, que diz que a ocupação da América começou pela América do Norte, cerca de 12 mil anos atrás. Após a descoberta de mais de 180 ferramentas no Estado que datam de 5 mil a 15 mil anos atrás, a teoria do Estreito de Bering deve aumentar uma grande interrogação, já que outras descobertas, no Piauí e no Mato Grosso, já teriam feito essa interrogação surgir.
Das 180 peças encontradas, uma delas ganha destaque. Trata-se de uma pedra que, segundo os arqueólogos, era tão importante para os povos de 15 mil anos atrás quanto um computador é para nós hoje em dia.
“Devido a grande multiplicidade de utilização que ela tem. Por exemplo, de um lado ela servia para raspagem de couro, de madeira e de outro para corte, perfuração de legumes”, explicou o arqueólogo Lúcio Lemes.
Todo o material encontrado foi levado para o Laboratório de Estudos e Pesquisas Arqueológicas da UFSM, onde ficará à disposição para estudos. No final do ano, o grupo vai publicar o artigo científico. A descoberta promete mudar a história de povoamento da América Latina.
“Até agora, a história conhecida das migrações para a América relatam a entrada de caçadores pelo Estreito de Bering há 12 mil anos. E nós, incrivelmente, temos em Quaraí essa data de 15 mil anos. Então a história tem que ser revista”, garante Milder.
Assistam o vídeo da Reportagem da Globo em http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/jornal-do-almoco/videos/t/edicoes/v/descoberta-arqueologica/2019575/
Saul Eduardo Seiguer Milder
Formação Acadêmica/Titulação
1996 - 2000 Doutorado em Arqueologia.
Universidade de São Paulo, USP, Sao Paulo, Brasil
1991 - 1994 Mestrado em História.
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, PUCRS, Porto Alegre, Brasil
1991 - 1992 Especialização em Arqueologia da Região Platina.
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, PUCRS, Porto Alegre, Brasil, Ano de obtenção: 1992
1985 - 1988 Graduação em História.
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, PUCRS, Porto Alegre, Brasil
Irmão Milder foi missionário 1981/82 - Rio Janeiro; Bispo duas vezes; Conselheiro de Estaca; Presidente de Estaca; Professor da Escola Dominical e Conselheiro de Bispado (Atualmente).
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