quinta-feira, 17 de novembro de 2011

A Verdade Sobre Apocalipse 22:18-19 - O Livro de Mórmon Acrescentou ou Retirou Alguma Coisa da Bíblia?



O Livro de Mórmon, juntamente com a Bíblia faz parte das obras padrão ou do cânon de escrituras de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos. Alguns críticos do Livro de Mórmon afirmam que A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias “acresceu” novos livros ao chamado cânon cristão ou Bíblia cristã, referindo-se ao Livro de Mórmon.

Um dos principais argumentos, exaustivamente utilizados pelos críticos é fundamentado em Apocalipse 22:18-19 que diz:

“Eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro: Se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus lhe acrescentará as pragas que estão escritas neste livro e se alguém tirar qualquer coisa das palavras do livro desta profecia, Deus lhe tirará a sua parte da árvore da vida, e da cidade santa, que estão descritas neste livro” (Apoc. 22:18-19).

Os críticos contumazes afirmam que esta passagem literalmente significa que nenhuma nova escritura pode ser adicionada à Bíblia. Apresentam-na como uma escritura irrefutável para sustentar a doutrina que nada pode ser mais acrescido ao cânon sagrado.

O leitor da Bíblia entretanto, com maior informação, sabe que apesar do livro de Apocalipse ser colocado no final da Bíblia, conforme foi compilada, este não foi o último cronologicamente escrito.

Muitos estudiosos (inclusive não-membros da Igreja - pt.wikipedia.org/Cronologia_biblica_do_Novo_Testamento) são unânimes em afirmar que na mesma época ou até alguns anos depois foram ainda escritos 8 livros, a saber: Thiago, I e II Pedro, Judas, as 3 epístolas e o evangelho do próprio apóstolo João.

Entretanto, mesmo que assim não fosse, o texto contido em Apoc. 22:18-19 refere-se em pelo menos quatro razões claramente ao próprio livro de Apocalipse e não à Bíblia inteira:

1ª Razão - Quando João escreveu o Apocalipse não existia a Bíblia com nós a conhecemos hoje, um conjunto de livros, que só foram reunidos muitos séculos depois.

2ª Razão - Por vários séculos após o início da era cristã, diversos livros individuais ou agrupados com alguns outros da Bíblia circulavam separadamente, mas não a Bíblia completa. Deduz-se claramente que somente aos poucos eram acrescidos novos manuscritos até chegarem aos que temos hoje, em nossas Bíblias.

3ª Razão - Se o entendimento dessa escritura, fosse como querem os críticos da Igreja, o sentido dado por estes deveria ser aplicado a cada novo livro canônico que surgisse nas décadas que se seguiam. Isto tornaria inválidos todos os demais livros da Bíblia que foram “somados ou acrescidos” aos já existentes. E o quê dizer sobre a Bíblia Católica que contém mais livros (apócrifos).

4ª Razão - A citação “... ouvir as palavras da profecia deste livro...”, e “...e se alguém tirar qualquer coisa das palavras do livro desta profecia...” não estava referindo-se à coleção de livros chamada Bíblia - já que esta nem existia como a conhecemos hoje - mas, unicamente ao livro de Apocalipse, ou seja, que ninguém acrescesse ou retirasse algo deste.

5ª Razão - O próprio João escreveu o seu evangelho (O Evangelho segundo João) em data muito posterior, em Éfeso.

É também importante notar que nos tempos do Novo Testamento, muitas pessoas escreviam cartas e evangelhos próprios sem autorização e alguns até mentiam e reivindicavam ser apóstolos (2 Corintios 11:13). O Apóstolo Paulo mencionou isto em uma de suas epistolas:
Ora, irmãos, rogamo-vos, pela vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, e pela nossa reunião com ele, que não vos movais facilmente do vosso entendimento, nem vos perturbeis, quer por espírito, que por palavra, quer por epístola, como de nós… … (2 Tessalonicenses. 2:1-2).
Paulo aparentemente ficou preocupado com o fato de que escrituras falsas estavam sendo espalhadas entre os novos Cristãos. João possivelmente soube sobre estas falsas escrituras também e então adicionou um aviso a seu livro de que Deus julgaria qualquer um que o falsificasse. João fechou seu conhecimento da vida de Jesus com estas palavras:
Há , porém, muitas outras coisas que Jesus fez; e se cada uma das quais fosse escrita, cuido que nem ainda o mundo todo poderia conter os livros que se escrevessem. Amém (João 21:25).
A História da Bília


A Bíblia como hoje conhecemos foi reunida a partir de diversos antigos manuscritos que por si já não eram originais, mas cópias, em grego, dos escritores do Novo Testamento. Portanto, nenhum livro do Novo Testamento contido em nossas Bíblias, foi copiado diretamente dos originais escritos por Mateus, Lucas, Paulo e demais escritores.

Tudo que temos, portanto, é cópia da cópia da cópia. Dos 362 manuscritos bíblicos (incluindo o Novo e o Velho Testamentos) conhecidos até o séc. XV D.C., somente um tinha o Novo Testamento completo e nenhum continha a Bíblia completa como a conhecemos hoje. Dos 5.366 manuscritos bíblicos gregos (de onde nossas Bíblias foram copiadas) conhecidos atualmente, só 34 possuem a Bíblia inteira (menos de 1%) e todos estes só foram escritos depois do ano 1000 D.C.

A Bíblia, como hoje está compilada - um conjunto de livros reunidos em um só volume - só foi possível graças à invenção da imprensa pelo alemão Gutemberg, que a imprimiu pela primeira vez, em latim, em 1455. Os manuscritos bíblicos não eram divididos em capítulos até 1227 d.C., quando o professor Sthepen Langton os criou, e não apresentava versículos até ser assim dividida em 1551 por Robert Stephanus.

Eusébio Sofrônio Jerônimo (conhecido como São Jerônimo pelos católicos) traduziu a Bíblia diretamente do hebraico, aramaico e grego para o latim, criando a Vulgata. No Concílio de Trento em 1542, essa versão traduzida foi estabelecida como versão oficial da Bíblia para a Igreja Católica. Em meados do século XIV o teólogo John Wyclif realizou a tradução da Bíblia para o inglês. Após a Reforma Protestante a Bíblia recebeu traduções para diversas línguas e passou a ser distribuída sem restrições para as pessoas.

A Vulgata

No sentido corrente, Vulgata é a tradução para o latim da Bíblia, escrita entre fins do século IV início do século V, por São Jerônimo, a pedido do Papa Dâmaso I, que foi usada pela Igreja Católica e ainda é muito respeitada.
Nos seus primeiros séculos, a Igreja serviu-se sobretudo da língua grega. Foi nesta língua que foi escrito todo o Novo Testamento, incluindo a Carta aos Romanos, de São Paulo, bem como muitos escritos cristãos de séculos seguintes.
No século IV, a situação já havia mudado, e é então que o importante biblista São Jerônimo traduz pelo menos o Antigo Testamento para o latim e revê a Vetus Latina.
A Vulgata foi a primeira, e por séculos a única, versão da Bíblia que verteu o Velho Testamento diretamente do hebraico e não da tradução grega conhecida como Septuaginta. No Novo Testamento, São Jerônimo selecionou e revisou textos. Ele inicialmente não considerou canônicos os sete livros, chamados por católicos e ortodoxos de deuterocanônicos. Porém, seus trabalhos posteriores mostram sua mudança de conceito, pelo menos a respeito dos livros de Judite, Sabedoria de Salomão e o Eclesiástico (ou Sabedoria de Sirac), conforme atestamos em suas últimas cartas a Rufino. Chama-se, pois, Vulgata a esta versão latina da Bíblia que foi usada pela Igreja Católica Romana durante muitos séculos, e ainda hoje é fonte para diversas traduções.
A denominação Vulgata consolidou-se na primeira metade do século XVI, sobretudo a partir da edição da Bíblia de 1532, tendo sido definitivamente consagrada pelo Concílio de Trento, em 1546. O Concílio estabeleceu um texto único para a Vulgata a partir de vários manuscritos existentes, o qual foi oficializado como a Bíblia oficial da Igreja e ficou conhecido como Vulgata Clementina.

Septuaginta

Septuaginta é o nome da versão da Bíblia hebraica para o grego koiné, traduzida em etapas entre o terceiro e o primeiro século a.C. em Alexandria.
Dentre outras tantas, é a mais antiga tradução da bíblia hebraica para o grego, língua franca do Mediterrâneo oriental pelo tempo deAlexandre, o Grande.
A tradução ficou conhecida como a Versão dos Setenta (ou Septuaginta, palavra latina que significa setenta, ou ainda LXX), pois setenta e dois rabinos (seis de cada uma das doze tribos) trabalharam nela e, segundo a história, teriam completado a tradução em setenta e dois dias.
A Septuaginta foi usada como base para diversas traduções da Bíblia.
A Septuaginta inclui alguns livros não encontrados na bíblia hebraica. Muitas bíblias da Reforma seguem o cânone judaico e excluem estes livros adicionais. Entretanto, católicos romanos incluem alguns destes livros em seu cânon e as Igrejas ortodoxas usam todos os livros conforme a Septuaginta. Anglicanos, assim como a Igreja oriental, usam todos os livros exceto o Salmo 151, e a bíblia do rei Jaime em sua versão autorizada inclui estes livros adicionais em uma parte separada chamada de Apocrypha.

Versão do Rei Tiago (King James Version)

A Bíblia do rei James (em português Jaime ou Tiago), também conhecida como Versão do rei James ou Bíblia KJV (em inglês: Authorized King James Version, Versão Autorizada do rei Jaime), é uma tradução inglesa da bíblia realizada em benefício da Igreja Anglicana, sob ordens do rei James I (Jaime I). A primeira publicação data de 1611, causou um profundo impacto não apenas nas traduções inglesas posteriores, mas na literatura inglesa como um todo. 

Versão Almeida Revista e Atualizada

Almeida Revista e Atualizada é como é conhecida a versão da tradução da Bíblia de João Ferreira de Almeida publicada em 1959 pela Sociedade Bíblica do Brasil. Uma das mais usadas pelos protestantes brasileiros, foi o resultado de treze anos de trabalho de cerca de trinta revisores, baseando-se no chamado Texto Crítico do originais grego e hebraico, em vez de seguir o tradicional Textus Receptus ("texto recebido"), único à disposição na época de Almeida. Quanto à linguagem, procurou-se um equilíbrio entre a linguagem erudita e a popular.
Em 1993, passou por nova revisão, conhecida como "Edição de 1993", eliminando expressões e palavras consideradas antiquadas ou confusas. Por exemplo, o nome próprio Cão, de um dos filhos de Noé, foi mudado para Cam.
Apesar de ser considerada baseada no texto de Almeida, apresenta-se como uma nova e muito diferente tradução. Ela mantém o sabor clássico do Almeida antigo, mas substituiu as expressões que, em vez de sinais de erudição, se tornaram, com o tempo, arcaísmos, estando em alinhamento com novas evidências arqueológicas, evidências estas refletidas no Texto Crítico, diferindo, assim, da Almeida Revista e Corrigida, que se atém aos manuscritos disponíveis no tempo de Almeida.
A versão Revista e Atualizada é a mais usada entre os protestantes brasileiros, e no tocante ao Novo Testamento, recebeu recomendação oficial da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), organismo ligado à Igreja Católica. Entretanto, tal recomendação, sem o reconhecimento da Santa Sé, representa apenas mera declaração pastoral, não vinculativa para os fiéis católicos, nem mesmo para os bispos individualmente considerados. Considere-se ainda que a CNBB possui sua própria tradução da Bíblia Sagrada, contendo o Antigo e o Novo Testamento, tida como "de referência para a Igreja Católica no Brasil"

A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias utiliza a Versão João Ferreira de Almeida da Bíblia – da Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil, Edição Corrigida e Revisada, Fiel ao Texto Original.

Continuando Sobre Apocalipse 22:18-19

Se aquela escritura de Apocalipse tivesse a aplicação geral e o entendimento distorcido como desejam alguns, tanto judeus, quanto cristãos estariam em uma situação irremediavelmente complicada.

Moisés, ainda no Velho Testamento, enfaticamente declarou: “Agora, pois, ó Israel, ouve os estatutos e os preceitos que eu vos ensino, para os observardes, a fim de que vivais, e entreis e possuais a terra que o Senhor Deus de vossos pais vos dá. Não acrescentareis à palavra que vos mando, nem diminuireis dela, para que guardeis os mandamentos do Senhor vosso Deus, que eu vos mando” (Deut. 4:1-2).

Assim, se o mesmo presunçoso raciocínio aplicado para Apoc. 22:18-19 fosse usado aqui, as palavras de Moisés escritas no livro de Deuteronômio, seu último livro, fariam com que os judeus que aceitassem os escritos posteriores a Moisés, como por exemplo, Isaías, Jeremias e Ezequiel, dentre outros e, os cristãos que escreveram séculos depois o Novo Testamento ficassem em clara violação à ordem de Deus.

Mas, obviamente Moisés - assim como João - estava referindo-se a uma revelação específica, ao seu livro, o de Deuteronômio e, não a uma pretensa advertência de que novas revelações (escrituras) não pudessem ser recebidas. Como João, Moisés advertia contra alterar o que ele tinha escrito e não sobre uma restrição geral contra não poder receber novas escrituras adicionais da parte de Deus.

Em Provébios 30:5-6 diz algo semelhante: Toda a Palavra de Deus é pura; escudo é para os que confiam nele. Nada acrescentes às suas palavras, para que não te repreenda e sejas achado mentiroso. 

Desde que a Igreja nem acresceu, nem retirou nada do Apocalipse, a referida passagem de Apoc. 22:18-19 não pode dar nenhum suporte ao objetivo de denegrir o Livro de Mórmon.

A questão central, portanto, não são os “acréscimos” ou “retiradas” à palavra de Deus, mas se isto é ou não autorizado por Ele. Não desejo demonstrar com isso, que o Livro de Mórmon seja verdadeiro - o Espírito Santo, pode fazê-lo - mas, demonstrar claramente que os argumentos para desmerecê-lo não resistem à mesma exposição ou raciocínio quanto aos livros da Bíblia, que até onde sabemos são autênticos e inspirados.

Os antimórmons geralmente os autores distorcem a verdade ao afirmar que os membros da Igreja não dão importância à Bíblia e acreditam que esta está "repleta de erros". De fato há alguns erros, contradições e omissões, mas isto não tira o caráter inspirado da Bíblia, sendo tais discrepâncias admitida às fragilidades humanas de autores e tradutores. Dos quatro anos do currículo do estudo do evangelho nas classes de Instituto, Seminário e Escola Dominical, dois anos são reservados à Bíblia, um ao Livro de Mórmon e outro à História da Igreja e Doutrina & Convênios. Além disso, se alguém tiver dúvidas, recentemente um Apóstolo da Igreja, Elder Ballard, falou especificamente em uma conferência geral sobre a suma importância da Bíblia na vida dos Santos dos Últimos Dias no discurso intitulado "O Milagre da Bíblia Sagrada".


Além disso, os mórmons (santos dos últimos dias) foram classificados, numa recente pesquisa, como os cristãos que mais tem conhecimento sobre a Bíblia. Podem ler sobre isso nestes posts: murilovisck.blogspot.com/2011/02/conhecimento-religioso-nos-eua-mormons e murilovisck.blogspot.com/2010/10/pesquisa-santos-dos-ultimos-dias-sud.

Exortação do Livro de Mórmon

Existe uma exortação profética continda no Livro de Mórmon sobre o assunto, em 2 Néfi 29:

6 Tu, néscio, que dirás: Uma Bíblia, temos uma Bíblia e não necessitamos de mais Bíblia! Teríeis obtido uma Bíblia, se não fosse pelos judeus?

7 Não sabeis que há mais de uma nação? Não sabeis que eu, o Senhor vosso Deus, criei todos os homens e que me lembro dos que estão nas ilhas do mar? E que governo nas alturas dos céus e embaixo, na Terra; e revelo minha palavra aos filhos dos homens, sim, a todas as nações da Terra?
  8 Por que murmurais por receberdes mais palavras minhas? Não sabeis que o depoimento de duas nações é um testemunho a vós de que eu sou Deus, de que me recordo tanto de uma como de outra nação? Portanto digo as mesmas palavras, tanto a uma nação como a outra. E quando as duas nações caminharem juntas, os testemunhos das duas nações também caminharão juntos.
  9 E isto eu faço para provar a muitos que sou o mesmo ontem, hoje e para sempre; e que pronuncio minhas palavras segundo minha própria vontade. E porque eu disse uma palavra não deveis supor que não possa dizer outras; pois meu trabalho ainda não está terminado nem estará até o fim do homem nem desde aí para sempre.
  10 Portanto porque tendes uma Bíblia não deveis supor que ela contenha todas as palavras minhas; nem deveis supor que eu não fiz com que se escrevesse mais.


Lembrem-se da exortação de Pedro:
E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia amanheça, e a estrela da alva apareça em vossos corações.
Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação.
Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo. 
2 Pedro 1:19-21

E finalizando, digo o mesmo que o Apóstolo Paulo disse aos perseguidores:

Mas confesso-te isto que, conforme aquele caminho que chamam seita, assim sirvo ao Deus de nossos pais, crendo tudo quanto está escrito na lei e nos profetas
Atos 24:14

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