Em entrevista ao The Killers Spain, Tana, esposa de Brandon Flowers, fala sobre como é ficar distante do marido durante as turnês, sobre ser mórmon e como é a criação dos três filhos.
Brandon Flowers casou-se com Tana Munblowsky em 2 de agosto de 2005, no Havaí. O casal tem três filhos, o primeiro nascido em 14 de julho 2007 chamado Ammon Richard Flowers, o segundo em 29 de julho de 2009, Gunner Richard Flowers e o terceiro em 9 de março de 2011, Henry Brandon Flowers. Brandon e Tana são membros d'A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (mórmons).
ENTREVISTA:
Seu marido cresceu em uma família mórmon. Qual foi a influência dele na sua conversão e como foi essa experiência?
Não vou dar tanto crédito a ele. Brandon, quando nos conhecemos, tinha 20 anos, e eu também. Ele não ia muito a igreja. É estranho falar de como eu encontrei a igreja, porque é como se tivesse me encontrado. Ao estar junto com a família do Brandon, eu sabia que eles eram Mórmons mas ninguém jogava isso na minha cara. Eu não senti como se tivesse alguma coisa errada em não ser mórmon. Brandon estava em na banda como o guitarrista do The Killers quando nos conhecemos. A banda começou a dar certo, e nós começamos a nos distanciar um pouco. Ainda estávamos namorando quando eu tive esse momento onde eu estava dirigindo e ouvi uma voz "Leia o livro de Mórmon", o que foi estranho porque eu nem estava pensando nisso. Mas eu senti alguma coisa, como se isso fosse uma boa ideia e sentimento. Me pareceu a coisa certa a fazer, tipo, é uma chance - aproveite-a! Então naquela noite, eu pedi o Livro de Mormon para a mãe de Brandon. Ela me deu o que o pai do Brandon iria dar para outra pessoa, então tinha um testemunho escrito dele lá, o que foi interessante de ler. Então comecei a ler o Livro, e eu estava tipo: é isso! Eu sou tão agradecida de ter me convertido, porque os sentimentos que eu tenho ao ler o Livro e as experiências que eu tenho são tão novas. Eu sinto que na minha experiência com a igreja, nós somos todos individuais, e isso é uma das coisas que eu mais acredito. O Pai Celestial soube como me encontrar, e Ele me deu essa chance.
Eu acho tão estranho falar sobre a minha conversão, porque nem sempre faz sentido. Brandon pode dizer, eu era a coisa mais distante possível de uma mórmon. Era como se namorar comigo fosse uma rebeldia contra tudo que ele cresceu aprendendo. Eu cresci em uma família louca. Quando eu conheci Brandon e sua família, pensei 'você tem pais e irmãos e irmãs que passam tempo juntos?' Foi tudo novo. A igreja era nova. Tudo era novo.
Sobre criar seus filhos, você acredita ter bons exemplos? Como você lida com ser mãe?
Eu não imagino ser mãe sem a igreja. Não consigo. Antes de eu ser membro, eu não tinha intenção nenhuma de ter filhos. Não tinha visto famílias darem certo. Tem uma conversa do John Bytheway que eu gosto de ouvir que diz que você tem a habilidade de mudar coisas por gerações. E eu apenas espero fazer isso para meus filhos. Então é muita leitura e orações. Ser mãe é uma benção tão estranha, porque tem vários testes durante todo o dia. É tipo, eu vou ficar brava com isso ou aquilo? Mas ao mesmo tempo, não imagino ter tanta maturidade como pessoa sem ser mãe - espiritualmente e em crescimento. Me dá confiança também. Eu tenho a paz de ser feliz comigo mesma, com as minhas escolhas, com o que eu sou por causa da igreja. Maternidade não é algo que eu tenho que lidar porque se eu continuar no meu caminho, me sinto confortável.
Como você sente que aprendeu seu caminho? Quais sentimentos você tem quando sabe que está no caminho certo?
Eu me sinto confortável. Me sinto feliz, no lugar certo. Eu tenho tendência a ser uma pessoa ansiosa, então, quando me sinto ansiosa, sei que tenho que corrigir alguma coisa. Então pergunto a deus o que é que tem que ser consertado, e penso em tudo que poderia ser. Pode ser algo simples, por exemplo, é muito difícil eu lavar meu rosto lá em cima de manhã porque as crianças estão acordadas - vamos pensar. Então eu lavo meu rosto lá embaixo. Estou sempre pensando em como fazer minhas ações serem mais fáceis e melhores. Eu me sinto estranha por ser tão abençoada de estar em um ponto da minha vida onde eu posso finalmente sentir paz e me sentir calma e não ter tanto caos ao meu redor.
E quando você se sente ansiosa ou sem coragem, o que você acha que te ajuda?
Ah, é difícil. Algumas vezes, eu tenho um problema bem grande de ansiedade. É meio difícil porque é algo médico e eu tenho os sintomas. É difícil de lidar. Antigamente eu iria correr sozinha, mas não tenho babás que viriam tão cedo para cuidar das crianças. Sempre acabo pedindo as respostas em minhas orações. Uma de minhas perguntas é: Eu preciso tomar o remédio agora ou não para conseguir encarar isso?
Depois que tive o Henry, meio que cai e fiquei deprimida. Foi difícil. Deve ser alguma coisa relacionada a ter três filhos em um período tão curto. Eu provavelmente fiz alguma coisa; provavelmente tropecei em algum lugar e soltei um fio do meu cérebro! Então eu estava tendo um período bem difícil encarando tudo isso porque eu sou uma pessoa tipicamente feliz, sociável. Então quando acho que alguma parte de mim está caindo, eu fico estressada, porque eu penso 'espera, isso não é quem eu sou, e não posso ser eu mesma agora porque estou tendo esses sintomas.' Então depois de ter o Henry, eu orei. Sempre acho que as respostas das minhas orações vêm em zigzag; entro em um loop antes de aceitar algo que está um pouco mais claro do que inicialmente. Então meu loop foi eu ir ao médico e tomar remédios, mesmo que eu não goste de tomá-los, porque acho que estou desistindo de alguma coisa. Então pensei: tem que ter algum outro jeito. Comecei a procurar outras soluções e remédios homeopáticos, então agora tomo remédios naturais e bebo chá de ervas. É melhor para mim. Deus sabia que eu não iria em uma loja herbal e dizer "Estou aqui!". Então ele me deu a oportunidade de encontrar a resposta sozinha, o que me levou a me arriscar novamente. É maravilhoso a direção que as coisas tomam. Então basicamente, para lidar com a minha não ansiedade, eu faço perguntas, deixo as coisas seguirem e tento escutar.
Com a sua família constantemente separada, como vocês se mantém unidos?
Isso é difícil. Por exemplo, Ammon fez um presente hoje e tinha a foto do Brandon nele, e Henry de vez em quando fica louco e quer o pai. Ammon fica bem difícil - ele também é ansioso - então foi difícil quando começou na escola. Tinha problemas para se relacionar. Eu as vezes falo sobre a ausência do Brandon para as crianças e digo "Estou com saudades do papai." Então eu tento fazer com que eles saibam que está tudo bem sentir o que eles sentem e dizer isso. É difícil, mas ao mesmo tempo, não posso reclamar. Meu marido tem um bom trabalho. Acho que todos tem esses desafios com o emprego e outras demandas é algo que todos lidam. E eu faço isso por tanto tempo - estar longe dele - que não é mais uma grande coisa. Minha personalidade se dá bem com o tempo longe do meu marido.
Então o que ajuda a lidar com a distância?
Eu não lido muito com o mundo lá fora. Não mexo no computador. Não tenho uma conta no Facebook; meu marido e eu somos claros quanto a não ter Facebook. Eu tenho amizades, mas não busco amizades online. Meu marido é preocupado com a privacidade com seu trabalho, claro, mas eu sei que ele também se preocupa com a gente. Então nós nos preocupamos em manter as amizades que temos ao invés de procurar novas. Temos um círculo bem fechado de pessoas com a gente. Não somos populares, o que ajuda nosso casamento. É mais íntimo pra gente. Não temos amizades que tomam o tempo um do outro. Também, se meu marido não fosse tanto a igreja, eu não estaria casada com ele. Não conseguiria, porque não ficaria casada com um cara em uma banda em turnê ao menos que soubesse no que ele acredita, no que ele fincou os pés. Eu acho que confiar no meu marido e em sua fé e saber, o quão grande é essa fé, definitivamente ajuda. Eu nunca me sinto preocupada com o que ele está ou não está fazendo. Deus abençoa as mulheres. Nós temos sensores e sabemos o que está acontecendo. Brandon e eu lutamos pela nossa família e esse é o nosso trabalho.
Existe alguma experiência que você lembra quando você precisou de mais fé?
Quando eu era pequena, eu tive experiências ao crescer que eu estava muito, muito assustada e lembro de me sentir confortada, como se tudo fosse ficar bem. Lembro de ser pequena e sentir essa paz e essa calma. Eram situações assustadoras. Minha mãe tinha um marido muito abusivo.Quando penso nisso, não acredito que não fiquei com mais medo dessas coisas. O sentimento de que eu ficaria bem e não me machucaria é uma prova de que quando você precisa, Deus vai falar com você. Você ouvirá alguma coisa. Eu escuto nessas pequenas coisas. Eu escuto e estou sempre tentando ouvir. Ouvir foi sempre uma coisa natural pra mim, mas agora que estou na igreja, entendo de onde isso vem. Sempre tive ajuda e o amor de Deus comigo.
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