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segunda-feira, 18 de julho de 2011

Pesquisadora SUD dos EUA está no Recife com 16 alunos para estudar cultura local

À frente do Programa de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira da Brigham Young University (BYU), na cidade de Provo, no estado do Utah, nos Estados Unidos, está uma brasileira com uma trajetória singular. Nascida em Santo André, em São Paulo, mas radicada nos Estados Unidos há quase duas décadas, a professora Vanessa Fitzgibbon está no Recife para uma temporada de um mês, na companhia de 16 alunos da instituição, com idades entre 18 e 40 anos. Eles estão tendo aulas na Associação Brasil América (ABA), em Boa Viagem. “Nosso objetivo é estudar a língua portuguesa, aproveitando para sermos expostos à cultura brasileira de um modo diferente”, garante ela, que já visitou com o grupo locais como o Museu do Homem do Nordeste, onde assistiu a uma palestra sobre a escravidão e Joaquim Nabuco, e o Bairro do Recife.

“O português é uma das línguas que está sendo mais valorizada no exterior. O perfil dos alunos está mudando e muitos deles têm procurado fazer mestrado e doutorado na área”, conta a professora, que também planeja visitar outras cidades com os alunos norte-americanos, como Salvador, Manaus e Rio de Janeiro. O grupo, que é composto de missionários mórmons, da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, já conheceu João Pessoa e Natal.

Vanessa Fitzgibbon ainda não conhecia a capital pernambucana e está encantada com a cidade. “O patrimônio histórico que existe aqui tem alto valor cultural e antropológico”, elogia Vanessa, contando que na BYU cerca de 600 alunos recebem aulas de português a cada semestre. Lá, onde também dá aulas de teatro, desde 2008, ela já montou peças como Morte e vida Severina, Auto da Compadecida e O bem amado. “Dá muito trabalho, mas vale a pena”, pontua.

Ponte 

Divorciada, mãe de quatro filhos que criou sozinha, ela conseguiu concluir seu doutorado em 2006, no Wisconsin, e teve como um de seus incentivadores o professor Severino Albuquerque, de Alagoas. Interessada em pesquisar sobre a desigualdade racial no Brasil, ela aprofundou na tese de doutorado qual o papel da eugenia na literatura brasileira, fazendo uma ponte com o livro Cidade de Deus, de Paulo Lins, analisando também a trajetória do filme de Fernando Meirelles, que adaptou o conteúdo da obra para o cinema. Uma de suas alunas que está no intercâmbio no Recife, por exemplo, pesquisa os problemas das minorias, destacando a força da mulher brasileira na sociedade. 

“No momento que conhecem outra cultura, os alunos também passam a entender melhor a língua inglesa. Tenho interesse de voltar ao Brasil e criar um intercâmbio cultural ainda maior entre o país e os Estados Unidos”, reforça Vanessa Fitzgibbon, que veio ao Recife na companhia dos filhos Danilo, 12 anos; Marcelo, de 15 e Felipe, de 18. A mais velha, Natália, é missionária em Brasília.

Morando numa região árida - Provo fica 50 milhas ao sul de South Lake City, a capital do Utah, à beira das montanhas rochosas - a professora está adorando o clima do Recife, mesmo com as chuvas insistentes do mês de julho. “Quando viajei para cá, estava nevando e era primavera”, revela, rindo. “Aqui, o clima para um inverno está perfeito”, completou Vanessa, que pensa nos obstáculos da vida como uma forma de tornar as pessoas melhores. “Muitas vezes pensei em desistir. A solução foi envolver meus filhos, pequenos na época, nas atividades. Eles me deram força para vencer”, finaliza.

Por Tatiana Meira, do Diário de Pernambuco

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