Uma reportagem publicada em 10 de dezembro do Globo na internet fala sobre o aniversário dos 30 Anos do Título do Flamengo e da convivência dos atletas nas concentrações.
Um dos destaques da matéria é Tita (Milton Queiroz da Paixão), que é um santo dos últimos dias (mórmon).
Um dos destaques da matéria é Tita (Milton Queiroz da Paixão), que é um santo dos últimos dias (mórmon).
Milton Queiroz da Paixão, mais conhecido como Tita nasceu no Rio de Janeiro em 1º de abril de 1958. Ele é treinador e ex-jogador de futebol que atuava como meia ou atacante.
Tita também é membro ativo de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, também conhecidos como os Mormons.
Tita também é membro ativo de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, também conhecidos como os Mormons.
O Globo lembra dos 30 Anos do Título Mundial do Flamengo
A matéria diz que "Tita sofria como calouro", pois era mórmon e vivia os ensinamentos da Igreja. Em um trecho diz assim:
Embora fosse um ano mais velho, Tita era o calouro favorito. Mórmon, renunciava aos prazeres da carne para elevar o espírito. Em meio ao jogo de cartas, aos bingos que sorteavam eletrodomésticos e passagens aéreas, Tita só via futebol pela frente. Enquanto assistia a videotapes de jogos na TV, era perturbado pela gozação do resto do elenco que preferia filmes proibidos pela religião do atacante. Num aniversário que seria comemorado em seu apartamento na Praça da Bandeira, Tita ficou contrariado quando Leandro se ofereceu para levar a cerveja. Diante da lei seca, o lateral ainda tem na boca o gosto do constrangimento:
— Ele fez uma jarra de Ki-Suco! — disse, referindo-se ao refresco instantâneo, cheio de açúcar e corante. — Não dá para fazer uma festa assim.
E parece que Tita não era bom de sinuca:
— Era da turma da sinuca. Eu, Lico, Leandro, Tita, Cantarele, Adílio, Andrade, Peu. — lembra Nunes. — Quem perdia levava peteleco na orelha, daqueles bem dados... O Cantarele e o Tita saíam toda vez com a orelha inchada (risos).
Mais sobre Tita e a Igreja
Tita e sua esposa |
Após passar por um momento difícil na carreira em meados dos anos 80 e por desistir de jogar na Seleção brasileira Tita encontra seu grande amor. Tita casou-se com Sandra Regina Barbosa Saldanha, também mórmon, numa capela da Igreja no dia 07 de dezembro de 1982 e foram selados por toda eternidade no Templo de São Paulo no dia 08 de dezembro do mesmo ano.
Em entrevista à revista Placar Tita disse: "Para os mórmons, o casamento é o fato mais importante na vida de uma pessoa. É através dele que alcançamos a eternidade, pois não há maior prova de fé de uma pessoa para com a outra. Por isso acreditamos na fidelidade como a própria dignidade do homem. Nosso princípio básico é a preservação da família. Segundo nossa previsão teremos quatro filhos."
Tita conheceu sua esposa em 1973 e começou o namoro em 1980. Como ele tinha previsto nesta entrevista de 1982, ele e sua esposa, Sandra, são pais de quatro filhos, Desiree, 19, Lohram, 17, Ablanche, 15 e Fabien, 7.
Em 1983, Tita foi tema de outra matéria da revista esportiva Placar onde se discutia sua permanência no Grêmio de Porto Alegre, onde já era famoso e querido pela torcida.
Até um bispo local, Rafael Cunha, participou da reportagem elogiando o jogador e dizendo que Tita era o jogador mais importante do Grêmio em 30 anos.
Além disso, o Bispo Cunha disse que tinha solicitado à sede da Igreja para fazer uma filmagem de Tita participando das reuniões da Igreja.
Milton e sua noiva - 1982 |
Tita conheceu sua esposa em 1973 e começou o namoro em 1980. Como ele tinha previsto nesta entrevista de 1982, ele e sua esposa, Sandra, são pais de quatro filhos, Desiree, 19, Lohram, 17, Ablanche, 15 e Fabien, 7.
Em 1983, Tita foi tema de outra matéria da revista esportiva Placar onde se discutia sua permanência no Grêmio de Porto Alegre, onde já era famoso e querido pela torcida.
Milton em uma Capela SUD |
Além disso, o Bispo Cunha disse que tinha solicitado à sede da Igreja para fazer uma filmagem de Tita participando das reuniões da Igreja.
Em 1986, Tita dá uma entrevista à Revista Placar, quando jogava no Internacional, dizendo que é apaixonado pelo Flamengo, pede Parreira na Seleção e critica os atletas da noite como bordão "Boêmio não joga, engana".
Ele também salientou na entrevista: "sou um religioso ativo e não gosto de política". Vejam algumas perguntas do repórter Divino Fonseca:
- Como é sua vida mórmon?
Tita - Tenho uma participação muito grande. Sou o que se chama de membro ativo. Frequento reuniões e tenho cargo de professor. Elaboro discursos e dou aulas de religião
para jovens.
- Você é uma pessoa muito reservada?
Tita - Não. Mas não frequento lugares da moda. Até por princípio. Por exemplo, não sou um cara da noite e minha mulher muito mesmo. Não vou sequer a shows, porque precisaria de uma semana para recuperar o sono (risos). Definitivamente, não tenho nada a ver com a noite.
- É fácil para um religioso conviver com o mundo do futebol?
Tita - Não só do futebol. Na Engenharia, na Medicina, você encontra coisas imorais. Sei separar as duas situações. uma é dentro, outra é fora da profissão. Tenho meus padrões e faço a minha parte.
- Não seria uma atitude alienada?
Tita - Bem, é o que considero que seja melhor para mim e minha família, que é a coisa mais importante de minha vida terrena. Acho que alienado não é bem o termo.
Na Seleção em 82 |
Uma reportagem ao Church News (Noticiário dA Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias) em 2003 conta que sua mãe, Walstir, o ajudou a compreender as prioridades que foram mais importantes.
"Passava tudo o que ouvia na Igreja a ele", disse a Irmã Queiroz. "Eu selecionava os discursos da Liahona e pedia-lhe para lê-los, enquanto ele estava fora com a equipe. Ele sempre foi disciplinado e ler os discursos, bem como o Livro de Mórmon, diariamente ", disse ela. Aos 70, ela se emociona ao falar da carreira de seu filho e lembra que muitas vezes ela pediu ao Pai Celestial para protegê-lo e não permitir que ele se afastasse da Igreja.
"Quando Tita começou a ganhar muito dinheiro é que eu fiquei bastante preocupada, pois ele era apenas um adolescente. Apesar disso, ele sempre pagou o dízimo e as ofertas de tudo o que ele ganhou. De cada contrato, de cada prêmio, ele trazia-me um envelope e dizia: 'Mãe, aqui está o nosso dízimo ", disse sua mãe com lágrimas nos olhos.
Tita nasceu em 1958 no estado do Rio de Janeiro. Ele foi batizado quando tinha 11 anos, no mesmo ano que ele começou a jogar futebol em uma grande equipe. Sua família tornou-se familiarizada com o evangelho restaurado por meio de um tio que havia se juntado a Igreja em São Paulo.
"Minha mãe veio de uma família metodista e quando meu tio falou sobre a Igreja, ela foi tocada por seu conhecimento da existência pré-mortal e da vida após a morte. Recebemos os missionários em casa e minha mãe, Walstir, eu, meu irmão Mardson e minha irmã Walstir fomos batizados.
"Eu fui abençoado com um forte testemunho do evangelho em minha juventude e isso me deixou muito preocupado com minha vida espiritual. Os princípios que a Igreja ensinou-me de honestidade, lealdade, coragem, virtude... Tudo isso foi fundamental na minha carreira ", disse ele.
Sua carreira no esporte foi marcada por grandes realizações desde o início. Entre as idades 11 e 17 anos, ele ganhou muitos títulos de futebol amador, viajando por todo Brasil e muitos países da Europa.
Ele se tornou um jogador profissional aos 18 anos, assinando um contrato com o Flamengo, o time mais popular no Brasil na época. Na idade de 20 anos ele foi convocado para a Seleção Brasileira de Futebol, realizando o maior sonho de todo jogador. Jogou na Copa do Mundo em 1990.
Seu sucesso no esporte fez Tita muito conhecido e admirado. Entrevistas e autógrafos nas ruas tornou-se parte de sua rotina.
Destaque na Revista Placar por guardar a lei da castidade |
Sua carreira no esporte lhe deu a oportunidade de jogar com muitos dos maiores jogadores de futebol do mundo. Como uma criança, Tita foi apresentado a Pele - considerado o maior jogador de futebol de todos os tempos.
Mesmo com sua fama, suas atividades públicas estavam sempre em harmonia com o seu compromisso com a Igreja.
"Eu sempre tive muitos amigos no futebol, apesar de nossos hábitos serem muito diferentes," disse Tita. "No começo havia um monte de piadas e sarcasmo sobre as atividades que participava com meus companheiros e aquelas que eu não participari. Por exemplo, pelo fato de que eu nunca sair com os jogadores para consumir bebidas alcoólicas e pela minha obediência à lei da castidade, eu fui um pouco perseguido no início, mas depois fiquei muito respeitado e até mesmo procurado por meus companheiros de equipe para aconselhá-los quando se depararam com situações difíceis. "
Uma vez, depois de ter sido contratado pelo Pescara, uma das grandes equipes italianas, ele precisava comparecer a uma cerimônia de boas vindas. O presidente do clube convidou a imprensa, autoridades locais e fãs para receber o astro do esporte brasileiro. No final, o presidente decidiu fazer um brinde com champanhe. Na frente dos olhos e lentes da imprensa, Tita disse: "Sr. Presidente, agradeço a bonita recepção, mas eu não consumo bebidas alcoólicas." O presidente respondeu dizendo: "Mas é só um pouco para comemorar."
"Eu então disse a ele que eu era um membro de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias e que eu não podia beber o champanhe, mesmo que fosse uma quantidade tão pequena. A situação era um pouco desconfortável, mas no final senti-me em paz por ter feito o que eu sabia ser certo. "
Ele credita sua longa carreira como um jogador a obediência aos mandamentos. "Eu tenho um forte testemunho das bênçãos que vêm da Palavra de Sabedoria", disse ele. . "A carreira média de um profissional de futebol é de 10 a 12 anos, e eu joguei profissionalmente há 21 anos - desde os 18 anos até 39 anos e estou absolutamente certo de que meu tempo no futebol quase duplicou devido à obediência à Palavra de sabedoria ", disse ele.
Na comemoração do 50 º aniversário do Estádio do Maracanã, o maior estádio de futebol do mundo, foi inaugurada uma Calçada da Fama, com os jogadores de futebol mais notáveis na história brasileira. Irmão Milton da Paixão, ao lado de jogadores como Pelé, foi convidado a deixar suas pegadas na Calçada da Fama, uma honra que eleva-o como uma das maiores estrelas do esporte no Brasil.
Após a sua brilhante carreira como jogador, ele está começando agora uma carreira como treinador de futebol. Ele é um dos mais jovens treinadores no futebol brasileiro, mas com ampla experiência nos campos do mundo.
Falando das alegrias e vitórias de sua carreira, o irmão Paixão lembra que nada acontece sem esforço e sacrifício.
"Mesmo com todos os luxos que a sociedade oferece para uma pessoa pública, eu nunca me permiti desviar-me de minhas responsabilidades para com o meu Pai Celestial e a Igreja", disse ele. "Desta forma, eu fui muito abençoado em minha vida como jogador de futebol, mas principalmente, eu tenho sido muito feliz na minha vida na Igreja e com a minha família."
Em 2003 aconteceu algo trágico que comoveu Tita. Um executivo americano e sua mulher, membros da Igreja SUD, são assassinados de maneira brutal num crime cercado de mistérios. Zera Todd Staheli e sua esposa Michelle foram assassinados no Rio de Janeiro e Tita era amigo da família Staheli. “Ele tinha uma felicidade que contagiava”, conta Milton Queiroz da Paixão, o Tita, sobre Zera à Revista Isto é. Os filhos de Tita eram amigos dos filhos de Todd e Michelle e queriam que se mudassem de vez para o Rio. O sonho foi apunhalado na madrugada de domingo 30 de novembro de 2003. Em entrevista à Revista Isto é Tita disse emocionado: “Meus filhos estão abaladíssimos, não sei nem o que dizer”. “Como pode acontecer um negócio desses?”, perguntava-se.
Tita - O Jogador de Futebol
Tita começou a jogar futebol nas divisões de base do Flamengo em 1970, quando tinha 12 anos de idade. Sete anos mais tarde subiu para o time profissional do Flamengo, tendo participado de todas as grandes conquistas do rubro-negro durante aquele período mágico no início dos anos 80.
Sua posição de origem era a de armador no meio-de-campo, contudo, como o Flamengo já tinha Andrade, Adílio e Zico, Tita acabou improvisado na ponta-direita. Jogador versátil, não teve dificuldade em adaptar-se a nova posição, fazendo ótimas apresentações como atacante. Participou das conquistas dos Estaduais de 78, 79 e 81, dos Brasileiros de 1980 e 82, além da Libertadores da América e Mundial Interclubes em 81.
Em 1983, foi emprestado ao Grêmio, ajudando a equipe gaúcha em sua conquista da Libertadores de 1983. Retornou ao Flamengo em outubro daquele mesmo ano, ficando, portanto, de fora da final do Mundial, quando o Grêmio derrotou o Hamburgo e tornou-se o terceiro time brasileiro campeão do mundo na história.
Nesta nova passagem pelo Flamengo, Tita assumiu a camisa 10 de Zico, que havia sido negociado com o futebol italiano. Entretanto, em 1985, deixou definitivamente a Gávea para ir jogar no Internacional.
Em 1987, retornou ao futebol carioca, vestindo a camisa do Vasco da Gama. Naquele ano, o time do Vasco, que já contava com nomes como Acácio, Paulo Roberto, Mazinho, Roberto Dinamite, Geovani e Romário, chegou às finais do Estadual contra o Flamengo. Ironicamente, Tita foi o autor do gol que deu o título ao Vasco.
Fora do Brasil, Tita atuou no Bayer Leverkusen, da Alemanha, aonde conquistou a Copa da UEFA de 1988, e depois no Pescara, um clube italiano.
Voltou para o Vasco em 1989, quando conseguiu seu quarto título nacional no Brasileirão daquele ano. Então, já com 32 anos de idade, foi convocado para sua primeira e única Copa do Mundo, a da Itália, em 1990. Entretanto, ficou no banco de reservas e não disputou nenhuma partida.
Depois da Copa, Tita foi jogar no México, aonde permaneceu pelos seis anos seguintes. Encerrou sua carreira em 1998, jogando no Comunicaciones, da Guatemala.
Treinador
Atualmente treinando o Necaxa do Mexico |
Na primeira passagem pelo Vasco, Tita esteve no comando da equipe apenas por dois jogos: o segundo jogo da final do Campeonato Carioca no qual perdeu para o Flamengo e um jogo amistoso contra o Rio Branco que o Vasco venceu.
Seguiram-se passagens por clubes de menor expressão e alguns de fora do Brasil.
Em 2008, Tita foi contratado pelo seu ex-companheiro de equipe, agora presidente do Vasco da Gama, Roberto Dinamite para assumir o comando da equipe até o fim do Campeonato Brasileiro. No dia 17 de setembro do mesmo ano, após a eliminação da Copa Sul-Americana e uma série de maus resultados no Campeonato Brasileiro, Tita se demite do Vasco. Ele esteve entre 2010 e 2011, como treinador do León. Em 2012, Tita acertou para ser o comandante do Necaxa, no México.
Em 06 de fevereiro deste ano, o Blog MURILOVISCK falou sobre Tita. Se quiser ler clique em murilovisck.blogspot.com.
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