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sábado, 3 de novembro de 2012

Conheça os Mórmons - Ann Romney, Esposa de Mitt Romney, Candidato à Presidência dos EUA

À primeira vista, Ann Romney, 63 anos, parece uma típica dona de casa americana, daquelas que abdicam da própria vida para se dedicar integralmente ao marido e aos filhos. De família rica, ela nunca trabalhou. Converteu-se à religião do marido, A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (mórmon), e atuou como voluntária em entidades de apoio a crianças especiais e pacientes com câncer. Mas se engana quem, diante de tal relato, presume que Ann teve uma vida fácil e sem preocupações. Sua trajetória, não raro, leva os interlocutores às lágrimas: mãe de cinco filhos, ela enfrentou um périplo pela sobrevivência nas últimas décadas.

Casada há 43 anos com o ex-governador de Massachusetts e candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, Mitt Romney, Ann superou duas doenças graves, que quase a levaram à morte. Esse histórico de luta pela vida e de parceria com o marido fez com que ela conquistasse a simpatia dos americanos e ganhasse cada vez mais espaço na campanha de Mitt. Os estrategistas republicanos exploraram a história de Ann para reduzir a rejeição do candidato entre o eleitorado feminino.

Ann Romney nasceu em 1949, na cidade de Bloomfield Hills, em Michigan, no centro-oeste americano. Seu pai era um homem de negócios com influência política na região. Aos 15 anos, ela começou namorar o filho do então governador do estado, George Romney, três anos mais velho. Eles se conheceram no colégio, quando Mitt era escoteiro. Ele viu a futura mulher pela primeira vez quando ela andava a cavalo — até hoje uma das grandes paixões de Ann. Logo que completou 18 anos, ela decidiu se converter à religião mórmon, do então namorado. Passou a frequentar A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Mas o jovem casal teve que esperar quase dois anos para ficar junto, tempo que Mitt passou como missionário religioso na França. Como nos filmes americanos, ele pediu Ann em casamento durante um baile de formatura. Casaram-se em 1969. Mitt tinha 22 anos, e ela, 19.
Ann Romney estudou na Universidade Brigham Young, no estado de Utah, e em 1976 se formou em língua francesa. Mas nunca trabalhou. Um ano depois do casamento, o primeiro filho dos Romney, Taggart, nasceu, o que atrasou a conclusão da graduação de Ann. No discurso que fez na convenção republicana, ela relembrou o passado e contou detalhes da história com Mitt. "Passaram-se 47 anos desde que aquele jovem alto e encantador me levou para casa após nosso primeiro baile. Desde então, nem todos os dias foram fáceis. Mas ele ainda me faz rir e nunca tive um só motivo para duvidar de que eu sou a mulher mais sortuda do mundo", afirmou Ann, sob as fortes palmas republicanas.

Disciplina

O casal tem cinco filhos — todos homens — e a mulher do candidato republicano se dedicou a cuidar dos garotos, que lhe deram ao todo 18 netos. A disciplina na casa dos Romney era espartana. Diariamente, às 6h, Ann estudava as escrituras mórmons com os filhos e outras crianças da vizinhança. Às 17h30, os meninos sentavam-se à mesa para jantar, pouco antes de Mitt chegar do trabalho. Nessa época, a família morava em Belmont, Massachusetts, próximo a Boston, e o futuro governador do estado trabalhava na empresa Bain Capital, umdos maiores fundos dos Estados Unidos, que ele ajudou a fundar. Em 1994, Romney começou a vida política no Partido Republicano, que ele representa até hoje.

Em 1998, a rotina tranquila do casal sofreu um duro golpe. Pouco antes do Dia de Ação de Graças, um feriado de grande simbolismo para os americanos, ela recebeu o diagnóstico de esclerose múltipla, doença que atinge quase sempre pessoas jovens, na faixa dos 30 anos. À época, Ann já tinha 49. Nos períodos mais difíceis, Mitt teve que se afastar temporariamente da Bain Capital para cuidar da mulher. Aliando métodos tradicionais de tratamento com práticas como acupuntura, ela conseguiu controlar a esclerose e mantê-la em remissão. Em entrevista à rede de televisão americana CNN este ano, Ann relembrou as angústias do diagnóstico. "Eu me perguntava se seria progressivo, se eu ficaria numa cadeira de roda. Esses questionamentos me perturbavam", comentou Ann, que sofreu também de depressão. Antes de Mitt decidir se candidatar, a família levou em conta a doença de Ann e consultou médicos, para discutir possíveis impactos na saúde da matriarca dos Romney. Receberam sinal verde.

Quando se recuperou, Ann, que já era adepta do trabalho voluntário, dedicou-se com ainda mais afinco a entidades de defesa dos direitos de pessoas com esclerose múltipla. A família Romney doou grandes quantias para pesquisas nessa área e até hoje o casal colabora financeiramente para dar melhores condições de vida para portadores da doença — que não tem cura, mas pode ser controlada.

Em 2002, Romney foi eleito governador de Massachussets e, três anos depois, Ann passou a comandar um escritório destinado a angariar verbas federais para grupos religiosos. Como primeira-dama do estado, ela também se dedicou a um programa de prevenção da gravidez de adolescentes. Seis anos depois, veio um novo golpe: Ann Romney descobriu um câncer no seio. Mas enfrentou sessões de radioterapia e conseguiu se livrar do tumor. Nessa época, além de trabalhar voluntariamente na Sociedade de Esclerose Múltipla, passou a frequentar também um hospital de Massachusetts especializado no tratamento de câncer e atuou com a Cruz Vermelha.

Diante de sua história de vida, nem mesmo integrantes de movimentos feministas ousam criticar o fato de Ann Romney jamais ter trabalhado. Especialmente depois da polêmica gerada por um comentário da estrategista Hillary Rosen, uma das conselheiras do Comitê Nacional dos Democratas. Em tom bastante crítico, ela disse em entrevista que Ann Romney não tinha o direito de opinar a respeito da crise econômica americana por ser casada com um homem rico e "nunca ter trabalhado um único dia na vida".

O tiro saiu pela culatra: como nos Estados Unidos é muito caro contratar babá ou deixar crianças em creche, muitas mulheres precisam abrir mão da vida profissional para cuidar dos filhos. A opinião pública ficou, portanto, ao lado de Ann. Os democratas correram para desautorizar Hillary Rosen e Barack Obama também criticou a correligionária por seus comentários. Ann aproveitou para lucrar com o episódio e deu uma resposta curta, mas incisiva e cheia de razão. Em sua conta no Twitter, ela disparou: "Eu fiz uma escolha de estar em casa e criar cinco filhos. Acreditem, foi um trabalho duro". Os comentários da estrategista democrata repercutiram mal especialmente por conta das doenças que Ann enfrentou nas últimas décadas. Até mesmo Michelle Obama, mulher de Barack, defendeu a esposa do rival. "Toda mãe trabalha duro e toda mulher merece ser respeitada", disse Michelle Obama, também no Twitter, rejeitando a postura de Rosen. A democrata teve que aparecer na tevê para se retratar.

QUEM É
Nome: Ann Lois Romney
Idade: 63 anos
Local de nascimento: Bloomfield Hills, em Michigan
Profissão: dona de casa
Formação: graduada em língua francesa pela Universidade Brigham Young
Tempo de casamento: 43 anos
Filhos: cinco filhos homens e 18 netos

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